Me pusestes uma brasa no peito e uma flecha na alma





Acredito que a vocação é um sentimento. Um sentimento que vai se construindo aos poucos, no dia-a-dia. A minha surgiu dos terços que minha mãe rezava com minha tia nas casas que as convidavam. Minha mãe era mais uma daquelas que chamamos de “rezadeira de terço”. Esses terços, de alguma forma cultivavam em mim uma devoção firme na fé que a Igreja pregava isso quando tinha meus 6 ou 7 anos.
Com o passar do tempo, pode sentir no peito a brasa do chamado quando vi um padre celebrando uma missa, era a missa de 7º dia da morte do meu avô. Lembro que naquela mesma semana minha professora da escola fez a seguinte pergunta: “o que vocês vão ser quando crescerem?” Essa pergunta foi passando um por um, quando chegou a mim, falei em alto tom de voz: “quero ser padre!” Dá pra imaginar as risadas e o deboche da turma, pois bem aquilo ficou pra mim, não falei pra mais ninguém.
O mundo dá a suas voltas, eu não era um participante assíduo da Igreja, nem passava em minha cabeça em ser, mas sabem como é vocação é vocação. Os caminhos se cruzam e no meu tinha uma catequista que não largava do meu pé. Ela não se conformava de eu estar na catequese só pelos sacramentos e persistia na participação das celebrações na comunidade. Depois de muito tempo, me rendi. Estava na porta da Igreja, já tinha perdido o ano na escola, pois o emprego que tinha na época não dava a oportunidade de estudar, ou trabalhava ou perdia o emprego. De qualquer forma esse foi o meu dia “D”, fui convidado a participar da preparação da liturgia, naquele fim de semana fiz as preces.
Engajei-me na comunidade, mas ainda guardava em meu coração aquela resposta.  Fui convidado a ser coordenador do grupo de jovens. Algum tempo depois, estava numa celebração cujo tema era vocação e aquele refrão acima era cantado, senti de novo o chamado, agora era diferente estava engajado e forte de que era isso mesmo que Deus tinha proposto em minha vida. No fim da missa, depois de muitas idas e vindas na vida, cheguei nos ministros da comunidade e perguntei: “como faço pra ser padre?” Gostei do sorriso que me deram, pelo menos não foi como antes. Comecei enfim a minha caminhada rumo ao seminário onde estou a seis anos.
Meu nome é Joilson Domingos André, sou de Santa Fé do Sul, mais precisamente da comunidade São José Operário que se localiza na Cohab Beira Rio. Estou no 3º ano de Teologia. Fiz pastoral em Santa Fé mesmo, Pereira Barreto, Ouroeste e agora em Fernandópolis no Núcleo II.
Hoje sinto que foi a melhor escolha que fiz em toda a minha vida. E peço que rezem por minha e pela vocação e pela vocação de cada um de meus companheiros. Paz e Bem!!!

Joilson

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