Pe. Claudemir fala sobre a Pastoral Vocacional na Diocese de Jales.


            Na década 1950, mais precisamente no dia 12 de dezembro de 1959, foi criada a nossa diocese de Jales. Antes de sua criação, nossa região pertencia a diocese de São José do Rio Preto, onde também funcionava o Seminário Maior, onde estudavam os seminaristas da região. A partir de 1962, os seminaristas menores de nossa diocese foram estudar em Brodoswki, no seminário provincial, e os que estavam na filosofia e teologia estudavam em São Paulo, no Seminário do Ipiranga.
            Nessa época a animação vocacional de nossa diocese era feita pelos padres religiosos que durante longos anos trabalhou uma pastoral vocacional baseada no recrutamento de crianças e adolescentes para o seminário, principalmente pelas congregações religiosas que aqui estavam desde a criação da diocese, assuncionistas, franciscanos, espiritanos e outros, sendo que nosso primeiro bispo Dom Arthur também era religioso.

            A partir de 1966 houve o incentivo para que cada província eclesiástica tivesse um Seminário Maior provincial, foi então que começou um trabalho em conjunto dos bispos da província para montarem os cursos de filosofia e teologia em Ribeirão Preto.
No ano de 1968, cria-se o CEARP – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, que inicialmente constava somente com o curso de filosofia. Nesse período, nossos seminaristas moravam e estudavam com os seminaristas da província, dentre eles se destaca o padre Antonio de Jesus Sardinha.
            Na década de 70, com a vinda de Dom Luiz Eugênio Pezez é que se começou um pequeno trabalho vocacional, com o intuito de despertar vocações sacerdotais, mas ainda muito ligado ao esquema de recrutamento de adolescentes e jovens para o seminário.
Foi através desse trabalho que começaram a surgir as primeiras vocações para padres diocesanos, dentre as quais podemos elencar os falecidos padre Nilson e padre Valentim Felipe Stefanone (in memorian), que fizeram Teologia em São Paulo.
O padre Antonio de Jesus Sardinha (1975), foi um dos primeiros padres diocesanos a ser ordenado por Dom Luiz Eugênio Perez, depois o Padre Valetim Felipe Stefanoni (1979) dentre os que permaneceram na diocese.
Em 1978, começa o curso de Teologia na Arquidiocese de Ribeirão Preto, onde nossos seminaristas cursavam filosofia e teologia na província. No ano de 1979, estavam no seminário maior pela nossa diocese, os seminaristas Mário Roberto Faria, Telmo José Amaral Figueiredo, Sebastião Alástico, Geraldo José da Silva, Benedito, que são frutos do trabalho vocacional da década de 70.
            Com a chegada de Dom Demétrio em nossa diocese na década de 80, mais precisamente no ano de 1982, com todo o seu vigor pastoral e anseio de colocar em prática as orientações do Concílio Vaticano II, começa uma nova fase da história para nossa diocese e, conseqüentemente, para o trabalho vocacional.
            Em 1983, Dom Demétrio realiza sua primeira ordenação de um padre para a diocese de Jales, é o padre Donizéti Aparecido dos Santos, que havia feito todo o seu processo vocacional e formativo com os assuncionistas e retornou para a diocese. Conseqüentemente, em 1984, ordenou o padre Luiz Carlos Marton, que também teve seu processo vocacional e formativo com religiosos, os padres franciscanos.
            Com o passar do tempo, a Igreja começou a apostar em uma estrutura diferente dos grandes seminários para a formação dos sacerdotes, pequenas casas de formação e, assim, houve uma motivação para que os bispos de nossa província eclesiástica destituísse o seminário maior e formasse pequenas casas de formação.
 Em 1985, Dom Demétrio, em comunhão com os bispos da província, procurou colocar em prática a sugestão de uma casa de formação. Motivados pela nova idéia, os então seminaristas da época, Geraldo José, Mário, Telmo, Sebastião e Benedito, conseguiram uma casa de recuperação de detentos, que foi alugada e fundou-se a primeira Casa de Formação da Diocese de Jales, que se localizava numa periferia da cidade de Ribeirão Preto.
Como formador da Casa de Formação no parque Ribeirão Preto foi delegado o padre Valentim Felipe Stefanoni. Juntamente com esta função de acompanhar a Casa de Formação e com o auxilio do padre Antonio de Jesus Sardinha e das irmãs Isaura, Terezinha Mauro, Luiza (Fofa), começou a organização de um trabalho da Pastoral Vocacional na diocese em comunhão com a proposta do Guia Pedagógico da Pastoral Vocacional elaborado pela CNBB, dentre outros instrumentos que eram usados na formação dos agentes.
Dessa forma, o trabalho da Pastoral Vocacional começou a ser estimulado em nossa diocese de forma dinâmica, com o envolvimento dos leigos e leigas, constituindo assim, grupos de Pastoral Vocacional em algumas paróquias da diocese.
Os encontros vocacionais eram realizados na Escola Vocacional para rapazes e moças, num trabalho conjunto entre padres e irmãs que se intercalavam nos momentos de reflexões e muito ajudavam nossos jovens no descobrimento e discernimento de sua vocação. Desse trabalho saíram muitos padres, irmãs e também jovens que descobriram sua vocação para o matrimônio e para o serviço na comunidade e, que, ainda hoje, dão testemunho da fé.
A Pastoral Vocacional nas paróquias começou a se envolver no trabalho de despertar e convidar os jovens para os encontros vocacionais na diocese, além do envolvimento tão próximo das mesmas na formação dos novos padres, pois trabalhavam na oração contínua pelas vocações e na arrecadação de alimentos e derivados para o sustento da Casa de Formação.
O trabalho vocacional foi dando frutos com a ordenação de novos padres, que dentre eles podemos destacar Geraldo Trindade, Arnaldo, Zezinho, Natalino, Pedro Coqueiro, Wilson, a consagração de várias irmãs, Irelina, Eloíza, entre outras, e o surgimento de novas vocações, como também pessoas que participaram dos encontros vocacionais e descobriram sua vocação ao matrimônio como o José Miguel e Rosilda, Arnaldo, Marcos Sabadini, Adilson e tantos outros.
No ano de 1993, padre Valentim deixa de acompanhar a Casa de Formação e o padre Sardinha é o novo indicado pelo bispo e o Conselho de Presbíteros. Como coordenador da Pastoral Vocacional, assume o padre Donizéti Aparecido dos Santos. Dando continuidade ao trabalho vocacional assume o padre Santo Alves de Macedo que com uma equipe de padres constituída pelos padres Sardinha, Geraldo José, Arnaldo, Natalino e as irmãs Kasume, Terezinha Maura, Maria Clara, Maria de Fernandópolis, Égide, Fátima e tantas outras dão novo elam ao trabalho vocacional na diocese, com os encontros vocacional abertos e específicos.
Em 1998, a formação dos nossos seminaristas é transferida para o Seminário Maior Sagrado Coração de Jesus, na diocese de São José do Rio Preto, o que torna mais próximo a convivência dos seminaristas com a diocese e a Pastoral Vocacional. O padre Sardinha, juntamente como padre Santo acompanham a formação. A coordenação da Pastoral Vocacional é assumida pelo padre Renato Aranha, que poucos anos depois vem a falecer, sendo seu sucessor na coordenação da Pastoral Vocacional, o Padre Natalino. Como fruto desse trabalho vocacional, temos o padre Maximiano, as Irmãs Roseli (JACB), Edna (Urânia), Célia e os seminaristas Edivagner e Claudemir, dentre outros vocacionados que descobriram que sua vocação para matrimonial e o serviço na comunidade.
No ano de 2001, o bispo da diocese de Rio Preto, Dom Orani João Tempesta,  em conjunto com os outros bispos do Sub-regional RP II, decidem separar o processo formativo em pequenas casas de formação para um melhor acompanhamento das dioceses no processo formativo de seus seminaristas.
Em fevereiro de 2002, em missa solene, Dom Demétrio dá abertura da nova Casa de Formação da Diocese de Jales, na cidade de São José do Rio Preto, tendo como reitor da casa o padre José Aparecido Ferro Martinez (Zezinho) e como diretor espiritual, o padre Valentim Felipe Stefanoni. Conseqüentemente, o padre Zezinho assumiu a coordenação da Pastoral Vocacional em nossa diocese, com a colaboração de algumas irmãs, Romilda, Rosa, Líria, e outros, até os dias de hoje.
A proximidade dos seminaristas com trabalho pastoral nas paróquias, automaticamente, começaram ajudar e motivar o trabalho da Pastoral Vocacional nas paróquias e nos encontros vocacionais dos setores e diocese. Dentre eles podemos lembrar do Edivagner, Claudemir, Eduardo Magnani, Valdair, Junior, Rodolfo e José Antonio.
 O trabalho vocacional teve continuidade com os encontros vocacionais diocesanos e com esta nova coordenação do padre Zezinho, começou a realização de encontros vocacionais nos setores da diocese, os encontros específicos com os vocacionados, e também o trabalho do Serviço de Animação Vocacional (SAV), que tem como proposta vocacionalizar os ambientes, pastorais e toda a comunidade cristã. Tal motivação se deu com a realização do Segundo Congresso Vocacional do Brasil. Dessa forma, começou também na diocese um trabalho mais afinco com os grupos das Pastorais Vocacionais, com a realização de encontros para animadores vocacionais em nível diocesano.
Esse trabalho vocacional tem dado os seus frutos que vemos presente nas ordenações de novos padres, tais como, os padres Edivagner, Marcio Castanharo, Luciano, Claudemir, Eduardo Magnani, Marcio Roberto, Valdair, Eduardo Lima, Miguel, além dos nossos seminaristas que estão na nossa Casa de Formação: Junior, Rodolfo, Joilsom, Uilian e José Antonio. E também quantos jovens descobriram sua verdadeira vocação participando desses encontros vocacionais e outros que ainda estão nesse caminho de reflexão.

Padre Claudemir Ortunho- Reitor do Seminário Diocesano de Jales

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